sábado, 23 de novembro de 2013

Divulgando aos meus diletos amigos e leitores mais um trecho de "A Passagem dos Cometas" página 254.

"POETA - Encontramos na literatura muitos poetas e intelectuais que falaram ou escreveram sobre a dor e o sofrimento; o poeta, jornalista e radialista Alziro Zarur dizia: “Toda humanidade sofre. Quem não chora a sua lágrima secreta?” O filósofo e missionário italiano Pietro Ubaldi, cuja dor foi dilacerante e que dissera “Eu sou feito dor”, assim nos diz em sua divina obra; “A Grande Síntese”: “(...) Recordai-vos de que jamais se sofre em vão, pois a dor esculpe a alma. (...) Há dores que parecem matar, mas jamais se apresentam sem esperanças; nunca sereis onerados acima de vossas forças.” O francês Balzac escreveu: “A dor enobrece as pessoas mais vulgares, porque ela tem a sua grandeza, e para receber-lhe o brilho, basta ser verdadeiro.” Gandhi também dissera: “País algum se elevou jamais sem ter-se purificado ao fogo do sofrimento.” Heine, poeta alemão, conhecido como “o último dos românticos”, também ratificou: “O sofrimento humano é grande demais para conseguirmos viver sem fé.” Graham Greene; “Ninguém sabe quanto tempo pode durar um segundo de sofrimento.” EDITOR - Ninguém melhor que eles para falarem sobre a dor, não é mesmo, meu caro? POETA - Sem dúvida. São admiráveis sofredores! Amado Nervo é também um deles. Poeta mexicano, considerado o maior representante do simbolismo hispano-americano. Foi tam-bém seminarista. A morte de sua amada Ana prostrou-o em grande sofrimento, e o poeta eternizou-a em seus versos, que chamou “A Amada Imóvel”. Sua alma, resignada, ditou-lhe: “Nada está mais de acordo com os fins do Universo que a dor; jamais um dia em que se sofre é um dia perdido.” Roland Barthes não ficou de fora e lançou a sua máxima: “Muito aprendeu quem bem conheceu o sofrimento.” Schiller, que está entre os maiores vultos da literatura alemã, proferiu esta sen-tença incontestável: “As grandes almas sofrem em silêncio.” Van Gogh, que experimentou o sofrimento durante toda a sua vida, de-clarou: “(...) Sofrer sem se queixar é a única lição que se deve aprender nesta vida.” Mas eu vejo que estás um tanto melancólico, meu amigo! EDITOR - Estou refletindo sobre estas sábias citações. POETA - Mas não se chateie, vou mencionar apenas mais alguns: Alfred de Musset, um dos grandes representantes do romantismo francês: “O homem é um aprendiz, a dor é a sua mes-tra, e ninguém se conhece enquanto não sofreu.” Antonin Artaud também figura entre os sofredores. Poeta e dramaturgo francês, falecido em 1948. Escreveu e lançou o Manifesto do Teatro da Cru-eldade. Suas ideias, porém, pouco difundidas em vida, exercem hoje notável influência no meio teatral. Sua obra "O Teatro e seu Duplo" é considerada uma das principais sobre o teatro do século 20. Entre suas obras consta também, "Van Gogh, O Suicidado pela Sociedade." Desde a adolescência sofria de perturbações mentais que o obrigavam a passar várias temporadas em casas de saúde. No Hospital Psiquiátrico de Rodez foi submetido a tratamentos de ele-trochoques. “Não quero que ninguém ignore meus gritos de dor e quero que eles sejam ouvidos.” - Dissera, no auge do desespero, em correspondência ao médico-responsável do manicômio. Foi encon-trado morto em seu quarto de hospício, depois de sofrer, demente, por longos dez anos. EDITOR - Cruz! Quanto sofrimento, meu Deus! "